Eleições 2022 para governador: como está o cenário nos 10 estados mais populosos

As articulações de pré-candidatos a governador nas eleições de 2022 já estão em andamento. E, em vários estados, alguns cenários de confronto já podem ser antecipados. A Gazeta do Povo mapeou esses cenários nos dez estados mais populosos do país. Confira a seguir:

 

São Paulo tem articulação estadual de olho nas eleições presidenciais

Em São Paulo, o PSDB comanda a capital e o governo do estado. A vitória do tucano Bruno Covas para a prefeitura da capital, com o apoio do governador João Doria, fez com que esse grupo político saísse fortalecido. E, com certeza, haverá um nome ligado aos tucanos paulistas na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

 

Doria, que poderia tentar a reeleição a governador, pretende disputar a Presidência da República em 2022. Desse modo, abre-se a possibilidade que o candidato ao governo seja alguém do grupo, mas não necessariamente do PSDB. E o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), hoje é o favorito para ser candidato. Doria já declarou que apoiará Garcia. O lançamento do vice faz parte de outra jogada do tucano de olho no Planalto: o DEM poderia apoiar Doria em 2022 em troca do governo paulista.

 Já o ex-governador Márcio França (PSB) é visto como provável adversário do grupo que comanda atualmente o estado. França perdeu as duas últimas eleições que concorreu. No ano passado, ficou em terceiro lugar nas eleições municipais para a prefeitura de São Paulo. E, em 2018, perdeu o governo para Doria, no segundo turno.

 Uma possível candidatura do ex-governador tucano Geraldo Alckmin não é totalmente descartada. Mas hoje Doria controla o PSDB e, para que Alckmin se viabilize, é mais fácil que ele concorra por outro partido

Na direita, os nomes ainda não estão definidos. Mas se especula que o senador Major Olímpio (PSL) poderia entrar na disputa.

 Na esquerda, quem conseguiu a maior projeção no último ano foi Guilherme Boulos (Psol). Boulos levou sua candidatura ao segundo turno da eleição municipal na capital, quando conquistou 2.031.477 votos (cerca de 40,55% dos votos válidos). Mas Boulos é visto como um potencial candidato à Presidência da República e pode não concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

 Mais ao centro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), também se candidatar. Skaf concorreu ao governo de São Paulo em 2010, 2014 e 2018. Em 2018, ficou em terceiro lugar.


Rio terá eleições após 5 (talvez 6) ex-governadores investigados

A população do estado do Rio de Janeiro viu cinco ex-governadores serem investigados e/ou presos recentemente: Moreira Franco, Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Rosinha Garotinho e Anthony Garotinho. Cabral é o único que atualmente está preso.

 Além disso, o governador eleito em 2018, Wilson Witzel (PSC), está afastado do cargo à espera do julgamento do processo de impeachment contra ele – ele também é acusado de participar de um esquema de corrupção, assim com os outros cinco ex-governadores. Enquanto isso, seu vice e agora governador interino, Cláudio Castro (PSC), comanda o estado. Como a tendência é que Witzel seja cassado em definitivo, Castro ganha força para tentar concorrer à reeleição em 2022, embora seja investigado no mesmo processo que o governador afastado.

 Outro nome cotado para concorrer ao governo é Washington Reis (MDB), reeleito prefeito em Duque de Caxias. Segundo o jornal O Globo, ele mantém conversas com grupos políticos diferentes – tais como o do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

 Eduardo Paes (DEM), atual prefeito do Rio, prometeu cumprir os quatro anos de mandato. Mas é um dos nomes mais conhecidos do eleitor fluminense – e, se concorresse, teria chances.

 Até mesmo Marcelo Crivella, derrotado por Paes nas eleições de 2020, estaria estudando se lançar ao governo, segundo O Globo.

 O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), bolsonarista de primeira ordem, também é um nome cotado para o Palácio Guanabara.

 Já o partido Novo, que amargou o encolhimento no pleito de 2020, pode tentar emplacar o deputado federal e líder do partido na Câmara dos Deputados, Paulo Ganime.

 No outro lado do espectro político, a expectativa é de que o Psol lance o vereador Tarcísio Motta. Motta foi o mais votado para a Câmara do Rio nas últimas eleições.

 Já o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves é atualmente o nome mais forte no PDT. Neves pode contar com o apoio do PT na empreitada.

 

Minas Gerais vê cenário de embate entre governador e prefeito de BH

O atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) possivelmente vai concorrer à reeleição. Mas pode enfrentar um adversário de peso: o prefeito de Belo Horizonte, o Alexandre Kalil (PSD).


Ratinho governa o Paraná sem oposição forte; e adversário dele ainda é incógnita

O governador Ratinho Júnior (PSD) atualmente é visto como favorito para se reeleger em 2022. Ele mantém altos índices de aprovação popular. E não conta com uma oposição forte no estado.

 Nas eleições municipais, por exemplo, fez costuras políticas para tirar aliados da disputa de forma a facilitar a eleição de outros aliados – impedindo, dessa forma, a divisão de seu próprio grupo. Foi o caso de Rafael Greca (DEM), reeleito prefeito de Curitiba num primeiro turno marcado pela desistência de outros candidatos do grupo de Ratinho. Greca aparece como um dos possíveis candidatos. Mas já disse que não irá abandonar a prefeitura no meio do mandato. E, se os compromissos de 2020 forem mantidos, dificilmente concorre ao Palácio Iguaçu.

 Entre os possíveis concorrentes de Ratinho, também aparecem nomes como os dos deputados estaduais Luiz Cláudio Romanelli (PSB) e Delegado Francischini (PSL). Ambos, porém, são da base de Ratinho na Assembleia Legislativa.

Pelo MDB, o ex-deputado João Arruda pode lançar sua candidatura ao governo pela segunda vez. Pelo Progressistas, a ex-governadora Cida Borghetti ou sua filha, a deputada estadual, Maria Victoria são cotadas. Cida foi a principal adversária de Ratinho na eleição de 2018.

 Outros nomes cotados para disputar o governo do Paraná são os do deputado federal e ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e o do ex-deputado federal Dr. Rosinha (PT).

Fonte: Gazeta do Povo

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